O coletivo cultural Trem Tan Tan tem duas décadas de trajetória artística e memória. Trata-se de um projeto de inserção social e resgate de cidadania da pessoa com sofrimento psíquico, tendo como eixo a pesquisa sonora, a rítmica afro-brasileira, a linguagem poética, depoimentos, criação musical, direitos humanos e inclusão social.
Nascido nas oficinas dos Centros de Convivência Venda Nova e Providência, dispositivos da Política de Saúde Mental de Belo Horizonte, o Trem Tan Tan propõe a inserção social, o resgate de cidadania do cidadão com sofrimento psíquico e o tratamento em liberdade em uma rede de serviços substitutivos ao manicômio.
Já gravou três cds (em 2002, o Trem Tan Tan, e em 2008, o Sambabilolado, também um Dvd, “Sambabilolado e Outros Tan Tan”, de 2015) e recentemente lançou o álbum “Trem Negreiro”, além de ter participado em importantes eventos na cidade e outros estados, acumulando em sua trajetória um conjunto de premiações.
O nome Trem Tan Tan também é o título de uma música criada pelo grupo e faz referência aos trens que, na década de oitenta, levavam loucos de hospícios públicos de Belo Horizonte para o grande manicômio da cidade de Barbacena. Hoje, para esse agrupamento de compositores e artistas descobertos nos dispositivos da reforma psiquiátrica que constitui o coletivo, marcado por sua diversidade sonora, rítmica e produção poética.
O coletivo Trem Tan Tan é pioneiro, sendo o primeiro grupo vinculado à saúde mental em Belo Horizonte a ter um registro fonográfico, a realizar um show em teatro, assim como a gravarum DVD que propõe ser um registro sonoro, com histórias de vida e inclusão, mostrando irreverência e criatividade associados ao discurso a favor da liberdade, da sustentabilidade e de uma Sociedade sem Manicômios.
O coletivo Trem Tan Tan extrapola o serviço substitutivo e marca sua presença no campo da cultura. Munidosdesse pensamento, saímos do Centro Convivência para os centros culturais da cidade na perspectiva de uma interlocução com várias personalidades da cultura, da militância antimanicomial, do universo psi, produtores culturais, personalidades da luta antirracista e, sobretudo, com a sociedade, no intuito de estabelecermos uma interação com vários agentes do ecossistema criativo.Dessa maneira, dialogamos com músicos e artistas vinculadosà experimentação, artistas da cultura afro-brasileira e pensamos possibilidades de inclusão, proporcionandouma quebra de preconceitos.
Atualmente, o coletivo divulga o álbum Trem Negreiro e realiza oficinas culturais para o público da saúde mental como um Ponto de Cultura vinculado ao Cultura Viva.
Integrantes: