O bloco surgiu em 2017 por meio de uma iniciativa de um grupo de abolicionistas penais que
integravam o Laboratório de Estudos sobre Trabalho, Cárcere e Direitos Humanos (LabTrab) da Universidade Federal de Minas Gerais, na época coordenado pela professora Vanessa Barros. O objetivo era popularizar a luta antiprisional, a exemplo do que a luta antimanicomial já realizava com os desfiles do 18 de maio.
O nome inicialmente foi escolhido como “Bloco Sem Prisões”, por defendermos uma sociedade livre de prisões, inspirado no abolicionismo penal. Foi realizada uma parceria com um grupo de percussão, que na época integrava o programa Fica Vivo! e que depois se tornaram “Bateria Quebra Tudo” coordenada pelo Serginho e formado por jovens do bairro Ribeiro de Abreu. A cor oficial do bloco é o vermelho, por ser a cor do uniforme das pessoas presas em MG.
O primeiro desfile aconteceu no pré-carnaval em 2017, fora do calendário oficial, em frente aos
presídios, iniciando na Rua Pitangui e terminando na Av. Dos Andradas, em frente à Penitenciária Estevão Pinto (PIEP) e o Centro de Internação Provisória Dom Bosco (CEIP). Tivemos um público de aproximadamente 100 pessoas, sendo destas umas 40 integrantes da bateria e da organização.
No segundo ano, em 2018, realizamos uma parceria com integrantes dos serviços de saúde mental para incluir os usuários e nos tornamos o Bloco Sem Manicômios e Sem Prisões, integrando a luta antiprisional e a luta antimanicomial e ampliando nosso público. Desde então, mudamos o trajeto do cortejo, que passou a se concentrar na Praça Duque de Caxias, devido à área dos presídios ser de segurança e o público estimado ter aumentado muito. Assim, passamos a finalizar em frente ao CERSAM Leste, que também fica próximo do CEIP.
O mesmo foi realizado em 2019 e em 2020. Mantivemos o trajeto e lotamos as ruas com um público em torno de 500 pessoas. Um ensaio aberto foi divulgado no Super Notícia. Como fruto da parceria com o Cersam, houve participação do Bloco na Semana de Saúde Mental e uma
participação do Bloco no baile de carnaval feito realizado no CERSAM AD Nordeste, para os usuários.
Enfim, após a pausa devido à pandemia, retornamos em 2023 e pela primeira vez entramos no
calendário oficial da Prefeitura de Belo Horizonte, que nos auxiliou com a instalação de
banheiros químicos e com a sinalização da BH Trans. No desfile desse ano de 2023, realizamos uma gravação do cortejo e entrevista com participantes, que resultou em um minidocumentário de registro. Atualmente, além das parcerias com a Bateria Quebra Tudo e CERSAMs.